quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Vw Karmann Ghia



No início dos anos 1950 a Volkswagen produzia apenas o Fusca e a Kombi, típicos carros pós guerra - resistentes, sóbrios e baratos. O mundo entretanto já se recuperava da Segunda Guerra Mundial, e a demanda por carros mais elegantes e luxuosos aumentava. A Volks acabara de sair do controle britânico (1949), e de certa forma já se aventurara timidamente neste mercado, com a versão conversível do Fusca. Entretanto a gerência da Volks ainda considerava a possibilidade de oferecer um carro que levantasse a imagem da firma, atendendo plenamente a esse mercado.

A Karmann

A logo da Karmann
O Fusca conversível, montado pela Karmann até a década de 1980A versão conversível do Fusca era feita em parceria com a firma de carroceria Wilhelm Karmann GmbH, de Osnabrück, Alemanha. A história desta empresa alemã remete ao ano de 1874, em Osnabrück na Alemanha. Inicialmente especializada em carrocerias para carruagens, a Karmann celebrizou-se na Europa pelo cuidado com que seus artesãos trabalhavam madeiras raras para proporcionar os mais luxuosos e bem construídos produtos. Com o advento do automóvel, o fabricante adaptou-se para produzir com igual eficiência carrocerias para automóveis.

A primeira encomenda de 1.000 Fuscas conversíveis, em 1949, significou uma grande virada para a Karmann, que vinha passando por dificuldades financeiras.

Novos ventos sopraram na companhia. Dois anos depois, já experientes com a plataforma VW, a Karmann sugeriu à Volks o projeto de um novo coupe esportivo sobre tal plataforma


No Brasil

A famosa logo do carro, os planos de crescimento da empresa no Brasil fizeram com que a VW resolvesse produzi-lo localmente. Em 1960 a Karmann abriu uma fábrica em São Bernardo do Campo, São Paulo, e em 1962 o primeiro Karmann-Ghia brasileiro saiu da linha de montagem, muito semelhante ao modelo vendido no mercado europeu.

Em 1967 a motorização inicial de 1200cc e 36 cavalos foi substituída pelo motor 1500cc, de 44 cavalos, conferindo um pouco mais de "esportividade" ao modelo, e levando-o, segundo a fábrica, aos 138 km/h de velocidade máxima. Assim o desempenho ficava um pouco mais condizente com o aspecto, pelo menos para os padrões da época.

Além disso, o sistema elétrico passou de 6V para 12V, e o desenho das lanternas traseiras foi modificado.

No final de 1967 foi lançado o Karmann Ghia conversível - que atualmente é um dos modelos brasileiros mais raros e valorizados. Foram produzidas apenas 176 unidades.

Em meados de 1969 ocorreu o aumento da bitola traseira e do corte dos paralamas traseiros, o que deixou a roda traseira mais visível.

Em 1970 o Karmann Ghia ganhou o novo motor 1600cc de 50 cv - que tinha um torque maior. Agora eram 10,8 kgfm a 2800 rpm, contra 10,2 kgfm a 2600 rpm do antigo 1500, que respondiam por mais força em arrancadas e retomadas. O sistema de freios foi substituído por freios a discos na dianteira e o modelo dos parachoques passou a ser uma única lâmina com dois batentes com protetores de borracha. Esta reformulação na linha do Karmann Ghia não foi suficiente para dar sobrevida ao modelo. Em 1971 a Volkswagen do Brasil decidiu tirá-lo de linha, enquanto o modelo europeu ainda seria fabricado até 1974.